A vida de Jesus Cristo
Introdução
Jesus - sua terra, seu povo e sua história
O ponto central de nossa fé é a pessoa e a prática de Jesus de Nazaré. Ele nasceu, viveu, morreu e ressuscitou no contexto da dominação romana.
Conforme a feliz expressão da carta de São Pedro, é urgente que os cristãos dêem ao mundo “a razão de sua esperança” (1Pd 3,15). Nossa fé não se firma numa certeza ou obediência cega; por isso, é preciso esclarecê-la, descendo fundo em suas raízes, abrindo-nos através do diálogo a novas perspectivas, com vistas a uma adesão sincera, madura e mais comprometida. Uma fé pouco esclarecida pode, facilmente recair na superstição ou pensamento mágico, na falsa convicção que favorece o relativismo religioso e muitas formas de descompromisso e inautenticidade.
A formação de todos os membros da Igreja é um apelo imprescindível do Espírito para nossa consciência atual de cristãos. Para que possam exercer seu protagonismo eclesial com propriedade, transcendendo sua habitual posição passiva e ingênua, precisa urgentemente se qualificar.
Quem é Jesus para mim? Quem é Jesus para nós?
O que dizemos nós, hoje, a respeito de Jesus de Nazaré? É uma resposta difícil, mas que deve ser dada num determinado momento de nossas vidas. Afinal, o ponto central de nossa fé é a pessoa e a prática deste "Jesus, filho de José de Nazaré". (Jo 1,45). Este era o nome dele, quando andava pelas estradas empoeiradas da Palestina, durante "o décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo governador Pôncio Pilatos..."(Lc 3,1-2). Nascido de uma mulher chamada Maria e vivendo num determinado lugar, chamado Galiléia, Jesus é uma pessoa histórica, numa época histórica. Assim, precisamos conhecer sua mensagem, sua prática, o que ele queria e o que ele fez.
A vida e a pratica de Jesus de Nazaré chegam até nós, hoje graças aos livros do Segundo Testamento. Eles preservam o testemunho de um grande número de pessoas que "ouviram, viram, contemplaram e apalparam" (1 Jo 1,1) Jesus de Nazaré. Essas pessoas procuraram colocar por escrito a mensagem de Jesus, composta de palavras e de gestos eloqüentes. (esta atitude contribuiu para o Reino de Deus). Entre os escritos do Segundo Testamento temos de destacar os quatro livrinhos chamados Evangelhos. Os Evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João. Eles não são, e também não querem ser, uma biografia exaustiva de Jesus, contando detalhes, datas e acontecimentos da vida de Jesus de Nazaré. Eles foram escritos muito tempo depois dos acontecimentos, para gente que vivia fora da Palestina e, assim como nós, hoje, gente que não tinha conhecido o próprio Jesus.
Será, então, que por eles podemos conhecer, de fato, o que Jesus disse e fez? Será que a partir de apenas quatro livrinhos podemos escutar a voz de Jesus? Será que depois de tanto tempo e vivendo numa sociedade totalmente diferente, daquela em que Jesus viveu e trabalhou ele ainda nos diz alguma coisa? Como chegar a ele para melhor segui-lo?
O Primeiro sinal da presença de Jesus são as comunidades formadas por seus seguidores e seguidoras. As comunidades são e sempre serão sinais da presença viva e atuante de Jesus Ressuscitado. Elas formam um corpo único, que congrega pessoas no Espírito para testemunhar que Jesus de Nazaré continua vivo no meio de nós (1Cor 12,12-13). Foi para melhor testemunhar a Vida plena em Jesus que as comunidades foram elaborando os Evangelhos que hoje temos no Segundo Testamento.
Para nos achegarmos a Jesus temos a leitura dos Evangelhos. Eles são como álbuns de fotografias enfocando alguns episódios da vida de Jesus, com estas fotografias podemos buscar os traços do Jesus histórico, o que ele fez, o que ele disse, as pessoas que escolheu e chamou, o que ele queria e o que aconteceu com ele. Com base nos Evangelhos podemos destacar alguns pontos que nos permitem reconstruir o caminho histórico de Jesus de Nazaré.